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Foto do escritorGiovanna Segismundo

Monitoramento de esgotos como ferramenta de planejamento de ações contra covid

Atualizado: 29 de abr. de 2021

Em abril de 2020 a Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz) divulgou uma pesquisa nacional pioneira que apresentou evidências científicas de que o novo coronavírus é excretado em fezes e pode ser detectado nos esgotos sanitários.

A possibilidade de detectar a presença e também a quantidade de coronavírus nos esgotos de uma determinada população gerou diversos estudos regionais em algumas localidades brasileiras como na região metropolitana de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte, entre outros locais.

Assim surgiu o projeto-piloto Rede Monitoramento COVID Esgotos, que tem o objetivo de monitorar a presença do novo coronavírus nos efluentes na cidade de Belo Horizonte (MG) e em Contagem (MG), gerando dados para a sociedade e ajudando gestores na tomada de decisão sobre como gerenciar os efeitos da pandemia na população.


O trabalho é resultado de uma parceria entre a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis).


De acordo com a ANA, com base na carga viral medida diariamente a partir de amostras coletadas no esgoto, é possível estimar a população que está contaminada, e que, portanto, elimina o vírus pelas fezes e urina. Com o estudo, a Agência pretende identificar a ocorrência do vírus nas diferentes regiões analisadas para entender a prevalência e a dinâmica de circulação do vírus. Segundo a Agência, com os dados sobre a ocorrência do coronavírus por região, seria possível direcionar a adoção ou não de medidas de distanciamento social, intensificação de medidas de controle e propagandas pelo uso de máscaras e preparação do sistema de saúde em termos de leitos, mão de obra e insumos, por exemplo.


Esse projeto possibilitou criar para essas cidades mineiras dados bastante concisos, que são apresentados em uma plataforma de livre acesso para que as pessoas possam ter conhecimento dos dados dos monitoramentos realizados. A imagem a seguir apresenta a visão do portal de apresentação dos dados do projeto Rede Monitoramento COVID Esgotos:



Conforme informado pela ANA em 16/04/2021, o projeto Rede Monitoramento COVID Esgotos será ampliado, assim incluindo mais cinco capitais ao monitoramento, sendo elas: Brasília, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Curitiba.


Além da expansão desse projeto, vale destacar o projeto já em andamento na região metropolitana do Rio de Janeiro, onde o monitoramento já é realizado a mais de 6 meses (e deve ser ampliado com o início das ações do projeto Rede Monitoramento COVID Esgotos), sendo um estudo realizado a partir da parceria da CEDAE (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro) com a Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Poli/UFRJ) e com a Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz). A metodologia e objetivo são os mesmos apresentados pelo projeto Rede Monitoramento COVID Esgotos.


Atualmente apresentam-se 10 pontos de coletas, divididos e selecionados por um grupo de gestores, porém planeja-se uma ampliação para a próxima fase de pesquisa. Também há a previsão de instalar amostradores automáticos que coletam esgoto a cada hora em regiões menores, e o critério de escolha do local será o ponto de vista da saúde pública, da vigilância e operacional.


O monitoramento de coronavírus nos esgotos permite identificar rapidamente a presença do vírus numa determinada população e, aparentemente, é uma das únicas ferramentas de previsão antecipada da tendência do que vai ocorrer em termos de lotação de leitos de hospitais e situação em geral que a área em estudo será submetida no curto prazo.


Nesse momento de pandemia, o saneamento se mostra não só fundamental como ferramenta de combate ao espalhamento do vírus através da lavagem de mãos e higienização em geral, mas também como ferramenta de geração de dados para o planejamento de ações concretas de planejamento das ações de combate ao vírus, permitindo uma previsão dos efeitos na infraestrutura de atendimento à saúde pública.




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